No panorama atual do consumo, surge uma nomenclatura que caracteriza um perfil distinto de consumidor: o Smart Shopper. Este não se limita a considerar apenas o preço e a qualidade quando toma decisões de compra. Em vez disso, avalia também a origem dos produtos e reflete profundamente sobre a real necessidade de cada aquisição. Esta tendência, inicialmente identificada num nicho específico de mercado, está a ganhar relevância na generalidade dos padrões de compra.

Smart Shopper: uma redefinição de valor

A crescente presença de conceitos como sustentabilidade, impacto ambiental e ética no nosso quotidiano é inegável. Estes valores, juntamente com tópicos como comércio justo, solidariedade, fornecedores locais e impacto social, começam a integrar-se nas avaliações que os consumidores fazem sobre marcas, produtos e serviços. No entanto, o core da equação mantém-se constante: a relação entre o valor recebido e o preço pago.

Hoje, assistimos a uma redefinição de valor, que já não se cinge estritamente a preço e qualidade. Hoje, os consumidores esperam, como padrão, produtos de qualidade. O diferencial reside, então, na história associada ao produto, na sua origem, funcionalidade, benefícios diretos e indiretos, bem como no impacto social que promove. Um produto ou marca que se destaca por práticas positivas, alinhadas com valores de sustentabilidade e ética, eleva a sua perceção de valor no mercado. Em contraste, produtos ou marcas associados a práticas menos éticas, como trabalho infantil ou danos ao ambiente, encontram uma rápida desvalorização, cedendo espaço a concorrentes mais alinhados com as expectativas atuais.

Smart Shopper: perceção e decisão do consumidor

A velocidade da informação na era digital tem um papel crucial nesta dinâmica. Opiniões e avaliações sobre empresas e produtos circulam com rapidez, moldando as perceções e decisões dos consumidores quase em tempo real. Para contextualizar a distinção entre um Smart Shopper e um consumidor comum, consideremos algumas características: O Smart Shopper realiza uma investigação profunda, considerando detalhes, origem e opiniões sobre produtos, enquanto um consumidor comum pode limitar-se a uma análise mais superficial ou baseada em recomendações. O primeiro valoriza múltiplas dimensões como preço, qualidade, sustentabilidade e ética da marca, entre outras. O segundo centra-se predominantemente no preço e na qualidade.

Um Smart Shopper recorre a múltiplas plataformas, desde fóruns, redes sociais, sites das marcas, rótulos, entre outros. O consumidor comum pode dar mais peso à publicidade tradicional e aconselhamento pessoal. O Smart Shopper avalia a necessidade real, evitando compras impulsivas, enquanto o consumidor comum pode ser mais suscetível a promoções e impulsos.

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