Luz azul | Como podemos proteger os olhos?
Será que podemos proteger os olhos da Luz azul nociva sem os privar da luz azul fisiologicamente necessária ?
Inúmeros estudos referem que a exposição regular à luz tem efeitos nocivos no nosso sistema visual, sendo por isso prejudicial à nossa saúde.
Mas o que é a Luz azul?
Designa-se por “luz azul” o espectro de luz visível de comprimento de onda curto, ou seja, entre os 380 a 500 nm que inclui violeta, índigo, azul e esverdeado. Este espectro de luz visível existe na luz natural (sol) e na luz artificial, particularmente nas lâmpadas LED. Hoje já existem soluções técnicas que permitem adquirir lentes oftálmicas com um “filtro azul”, seja incorporado no tratamento anti-reflexo, seja incorporado no próprio material da lente, que tem como objectivo reduzir este efeito tóxico.
Será que toda a luz azul é tóxica e deve ser filtrada?
A resposta é não!
O espectro de luz azul entre os 465 e os 495 nm (azul-turquesa) é até essencial e tem um efeito positivo na nossa saúde [1]. É a “boa” luz azul, também designada como “luz cronobiológica”, que regula nosso ritmo circadiano.
Todos nós precisamos de fazer um reset diário ao nosso relógio biológico para sermos capazes de sincronizar o nosso ritmo biológico. O nosso relógio biológico transmite para várias partes do corpo, como fígado, músculos, coração e rins. Todas as funções biológicas precisam funcionar no momento certo. Como o nosso relógio biológico impulsiona esse ritmo específico, este garante que determinadas funções estejam activas no momento certo.
A luz age na retina através da acção de células específicas – células ganglionares contendo melanopsina – que são diferentes dos cones e bastonetes que são os fotorreceptores usados na visão. Quando essas células ganglionares são activadas pela luz azul, elas transmitem um sinal nervoso que corre ao longo do nervo óptico e, em vez de activar as estruturas visuais no cérebro, activa estruturas não-visuais, como o nosso relógio circadiano interno. Assim sendo, é a exposição à luz que faz o reset ao nosso relógio biológico.
Então qual é a luz azul nociva para a saúde ?
O espectro entre os 415 e os 455 nm (azul-violeta), com o seu pico nos 435 nm, está identificado como o indutor de espécies tóxicas de oxigénio reactivo que causam danos fotoquímicos. Este leva à morte por apoptose no primeiro estágio de células epiteliais pigmentares da retina e, em seguida, dos foto-receptores. Esse processo lento, no qual o dano se acumula ao longo da vida, tem sido implicado na patogénese das doenças degenerativas da retina, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). [2]
O facto de que a luz azul ser, em simultâneo, tanto benéfica quanto tóxica coloca um desafio importante. Será que podemos proteger os olhos da luz azul nociva sem os privar da luz azul fisiologicamente necessária? A solução não pode ser bloquear/filtrar a 100% todo o espectro de luz azul, algo que, do ponto de vista técnico, seria até relativamente fácil de atingir. A solução terá de passar por atenuar os comprimentos de onda prejudiciais. Assim, como existe apenas uma redução (e não um bloqueio total) da transmissão de apenas uma faixa estreita de luz azul-violeta, o nosso ritmo circadiano mantém-se regulado. Além disso, consegue-se manter uma excelente transmissão das cores e a uma excelente transparência, proporcionando uma qualidade de visão superior.
Na Solutions Lenses encontra esta solução no tratamento inBlue. Pode consultar catálogo e saber mais detalhes.
[1] Arnault E, Barrau C, Nanteau C, et al. Characterization of the blue light toxicity spectrum on A2E-loaded RPE cells in sunlight normalized conditions. Poster presented at: Association for Research and Vision in Ophthlamology Annual Meeting; 2013 May 5-9; Seattle, WA.
[2] Hattar S, Liao HW, Takao M, Berson DM, Yau KW. Melanopsin-containing retinal ganglion cells: architecture, projections, and intrinsic photosensitivity. Science. 2002 Feb 8;295(5557):1065-70.